Os grupos das folias, nos Açores, são compostos por elementos do sexo masculino, de três a cinco, dependendo da ilha, trajando uma opa de chita vermelha e uma mitra na cabeça, sendo que nalguns casos usam um barrete ou ainda um simples lenço amarrado na cabeça. Com a função de acompanhamento, são utilizados instrumentos de percussão, tais como o tambor, o pandeiro e, nalguns casos, os címbalos. Na ilha de S. Miguel, os foliões usam também a viola da terra, a rabeca e o acordeão.
Cantam num tom arrastado e monótono que varia de lugar para lugar. Sobre essas composições o escritor açoriano Carreiro da Costa, numa das suas palestras radiofónicas (08-06-73) intitulada “Alvoradas do Divino”, salienta que as cantigas cantadas pela folia “são composições de índole diversa, pois umas são líricas e profanas, outras religiosas, dedicadas a São João Baptista, à Virgem, à Sant’Ana e ao Espírito Santo, claro está.” Os seus cantares são assim conhecidos pela designação de alvoradas, possuindo características tradicionais e apresentando não só cânticos religiosos, como também profanos.
Bibliografia:
COSTA, Francisco Carreiro da. “As folias do Senhor Espírito Santo”, in: Palestras Radiofónicas Proferidas no Emissor Regional de Ponta Delgada, F.C.C., S.D.U.A., texto manuscrito, [21-05-1948]; » Das folias e foliões do Espírito Santo”, in: Palestras Radiofónicas Proferidas no Emissor Regional de Ponta Delgada, F.C.C., S.D.U.A., texto manuscrito, [08-05-1970]; “Alvoradas do Divino”, in:Palestras Radiofónicas Proferidas no Emissor Regional de Ponta Delgada, F.C.C., S.D.U.A., texto manuscrito, [08-06-1973]