Antes da invenção da escrita, todo o saber era transmitido oralmente. A memória humana, sobretudo a auditiva, constituía o único recurso de que dispunham as culturas orais para a transmissão de conhecimentos. Neste contexto, a inteligência estava intimamente ligada à memória, daí os mais velhos serem reconhecidos como os mais sábios, por deterem um conhecimento acumulado, advindo da experiência. A figura do “mestre”, isto é, aquele que transmite o seu ofício, também exercia um papel fundamental nestas sociedades orais.
O conhecimento transmitido pela oralidade ainda se encontra presente na ilha de São Miguel (Açores) através, por exemplo, de tradições populares de índole religiosa, como os Romeiros de São Miguel, os Foliões do Espírito Santo, as cavalhadas de São Pedro, bem como os contos, as lendas e as histórias populares, o romanceiro micaelense, entre outras.